Como não Am(ar-Te) 25 NOV 2022 Luigi Javaroni 257 Steve Turner, grande pesquisador cristão da cultura pop, nos apresenta perspectivas abordando o que é a arte, e ela não se distancia de Deus. Pode-se entender que, por meio dos séculos, a igreja tenta se distanciar do que é popular e artístico, considerando secular. Um antigo pensador, Tertuliano, pai da igreja do terceiro século, incentivava a pergunta: “O que de fato Atenas tem a ver com Jerusalém?”, ou melhor, o que a fé bíblica tem a ver com a aprendizagem secular?. Tertuliano queria, por meio de questões, cativar as pessoas a pensarem o quão longe um “mundo” é do outro, e por que essa distância pode ser boa ou ruim. Hoje, entendemos que a cultura popular também pode usada com intuito de alterar percepções. Diretores de cinema, ou escritores, tem a nítida noção de que, o que é colocado à mercê do espectador é altamente influenciável e compartilhável. Podemos usar de exemplo a alteração de gêneros mais publicados em épocas de guerra como os anos 1930 e 1940, ou de ascensão militar como os anos 1960 até 1980 no Brasil. A mídia se altera de décadas em décadas, seja por meios políticos e leis, ou até mesmo a própria moda. No começo do século passado nasciam os heróis em histórias em quadrinhos que foram se tornando mais populares e mais populares, que tinham como intuito passar uma mensagem de paz e luta pelo país, assim, os leitores se sentiriam encorajados pelas histórias inventadas, mas que falavam sobre algo real e preciso naquele momento. “Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. Mario Quintana nos ilustra o poder da literatura, e sua influência na mente desperta. Comparável a outras mídias, literatura faz o papel de apresentar ao leitor outros mundos, países e pensamentos de pessoas que nunca encontraríamos por aí. A graça de entendermos outro ser e estar em sua mente, seja em um filme, serie ou livro, é que a partir disso nos despimos de preconceitos e pensamentos que moldam a forma que vejo o próximo. Assim como Jesus utilizava parábolas para que se identificassem e percebessem através de outro, o que estava errado em si. Entendendo a cultura em geral como arte, podemos entender nosso lugar nessas produções, seja como espectador ou o artista por trás da obra. O poema Perfeita Lira nos ilustra que: “Apenas acima do palco, de frente para folha ou instrumentos nas mãos, a cria do Criador faz sua própria criação”. Entende-se que, por meio de Deus, conseguimos criar, tal qual o próprio, e que, essa criação não só faz parte dEle, como se faz por meio do Mesmo. A arte nos transporta ao imaginário, que, já se entende que é um grande fator de influência no cérebro, tanto no comportamento quanto na personalidade de quem foi afetado. Conclui-se que, a arte está em todo lugar e afeta a todos. Moldando o caráter, o cristianismo se sobrepõe em histórias e meios que puderam ser compartilhados e estudados e que hoje, não só como religião, mas também parte da cultura popular. E por que a arte é importante para sociedade? Picasso diria que: “A arte lava da alma a poeira da vida cotidiana”. O que é o ser humano, se não uma mistura de barro, espírito, opiniões cotidianas e um pouco de arte?