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Jovens de valor

  • 26 OUT 2021
  • Hernani Junior
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"Ninguém o despreze por você ser jovem; pelo contrário, seja um exemplo para os fiéis, na palavra, na conduta, no amor, na fé, na pureza.” (I Timóteo 4:12)

 

Desde o primeiro capítulo de sua epístola a Timóteo, Paulo já o exorta sobre a sua missão. Timóteo deveria ensinar às igrejas, ou como diz o texto, "a certas pessoas” (I Timóteo 1:3) sobre o evangelho de Jesus Cristo.

Este jovem tem uma mensagem poderosa para compartilhar com as igrejas por onde o apóstolo já passou. Timóteo deveria orientar a igreja a andar nos caminhos do Senhor e não se desviar do evangelho que Paulo já havia ali ensinado. Podemos perceber que a missão de Timóteo era relembrar, reciclar e manter o ensino da verdade vivo na memória e na prática dessa comunidade.

No 2º capítulo da epístola, Timóteo deveria orientar sobre a oração intercessora pela qual todos deveriam chegar ao pleno conhecimento da verdade, na segunda parte do capítulo orienta sobre o vestuário e a modéstia, sobre o que foi chamado a ensinar.

No 3º capítulo, a orientação é sobre a escolha dos presbíteros e diáconos e também sobre a responsabilidade dessas funções.

No 4º capítulo então, Paulo aconselha o jovem Timóteo a orientar a igreja sobre a apostasia que viria nos últimos tempos antes da volta de Jesus, volta essa que Paulo acreditava que aconteceria em seus dias (I Tessalonicenses 4:17). Não temos descrita a idade de Timóteo, mas Paulo exorta a não permitir ser desprezado por ser ele jovem. Isso implica que Timóteo poderia ser sim, um jovem rapaz com muitos talentos e potencial para ensinar à igreja de Deus a andar em Seus caminhos. E Paulo, ao orientá-lo sobre não ser desprezado, não o aconselha a exigir algo, mas o induz a um comportamento onde, mesmo sendo jovem, deveria ser um exemplo de fidelidade, conhecimento da Palavra de Deus (a Bíblia), conduta, amor, fé e pureza. Seria esse um comportamento pesado demais para se exigir de um jovem? Que ele seja “exemplo" de conduta para uma comunidade?

Sabe meu amigo e amiga, na verdade, em nossos dias o que existe é um tipo de desprezo pelos jovens por acharmos que estão despreparados para a vida e assim acabamos desprezando todo o potencial que existe neles. Deus colocou esse potencial nos jovens. Vejamos alguns exemplos de Deus utilizando os jovens para grandes responsabilidades na Bíblia.

Podemos começar com José que com 17 anos já ajudava o pai na gestão do trabalho dos irmãos e que foi preparado por Deus para assumir o governo egípcio aos 30 anos apenas. Com 30 anos, ele já governava o maior império do mundo de sua época, mas Deus já o chamou para essa responsabilidade com 17 e este foi um exemplo de controle emocional.

Também me recordo do jovem Samuel que entre os 12 e 17 anos já ministrava diante do Senhor (I Samuel 3:1). Deus não estava mais falando com o sumo sacerdote Eli, mas resolveu falar com o jovem Samuel e fez dele seu sumo sacerdote, como um exemplo de conduta e fidelidade.

Há também a história de Davi, que com seus 17 anos foi ungido rei e foi sim, um exemplo de fé e confiança em Deus ao lidar com o desafio do gigante Golias.

E o que falar de Daniel, Misael, Ananias e Azarias? Grande exemplo de jovens que, levados para longe de seus pais, ainda conservaram a fé no Deus de Israel e foram colocados em posição de autoridade.

Se formos para o novo testamento, podemos citar os discípulos que, segundo o Dr. Rodrigo Silva, não possuíam em seu chamado, mais que 20 anos. Acontece que o mais velho seria Pedro que, deveria ter no máximo uns 20 anos, quando os demais não deveriam passar desta idade*.

Sabe caro leitor, infelizmente hoje existe um descrédito da nossa parte para com os jovens. Acabamos acreditando que eles devem sentar e aprender, mas lhe pergunto: quem os ensinará? Estaríamos menosprezando todo o potencial dos nossos jovens se não os deixássemos participar ativamente da missão e atividades da igreja.

É nossa responsabilidade, como adultos que somos, de mentorear estes jovens no caminho do Senhor e dar espaço para que estes executem o que aprenderam, não apenas por palavras, mas por ações.

Me atrevo a escrever que deveríamos ter, em nossas igrejas, jovens sendo preparados para todas as funções e ministérios. Não podemos desprezar estes que, pelo relato bíblico, o próprio Deus chamou para grandes responsabilidades. Talvez exista um afastamento dos nossos jovens da igreja por eles sentirem que não existe espaço para agirem. Repito e reforço que devemos acreditar e envolver nossos jovens na missão. Eles são valentes e destemidos. Podemos perceber isso na Colportagem. Bem treinados, eles vão a qualquer lugar que seja necessário.

Há mais um exemplo que é a missão Calebe. Esse projeto reúne jovens que em suas férias, vão até localidades para pregarem a Palavra de Deus, ajudam a comunidade, fazem trabalho social e apresentam Cristo de forma tão maravilhosa que, acredito, um líder maduro da igreja, acostumado com as rotinas comuns dos cultos formais, não conseguiria fazê-lo. Precisamos acreditar mais em nossa juventude. Não estou dizendo que devemos eleger jovens para os ministérios da igreja e deixar para ver no que vai dar! Isso seria outra irresponsabilidade. O que aconselho a fazermos é convidá-los a participarem junto conosco, de atividades, seja na igreja ou fora dela e ensiná-los o princípio de como se deve fazer.

Mas veja bem! Devemos ensinar o “princípio” e não a “tarefa" pois, entendendo o que é necessário ser feito, eles poderão aprimorar a forma de pregar a verdade presente e assim, atingir outros jovens da mesma faixa etária deles.

Devemos confiar no potencial dos nossos jovens pois, se assim não for, quem serão os pregadores de amanhã? Deus chamou jovens para servi-Lo, não sejamos nós os que desprezemos aqueles os quais Deus quer utilizar em sua obra.

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