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Ordenação de diáconos na igreja

  • 06 OUT 2021
  • Hernani Junior
  • 410

"Não tenha pressa para impor as mãos sobre alguém. Não seja cúmplice dos pecados dos outros. Conserve-se puro." I Timóteo 5:22

Dentre os departamentos existentes na igreja hoje, os mistérios de ancionato e diaconato são os mais antigos instituídos. Ambos tiveram seu início quando os apóstolos estavam organizando a recém nascida igreja que foi plantada por Cristo. Me atrevo a escrever que o diaconato foi a primeira função eleita na primitiva igreja.

Podemos perceber que no livro de Atos 6 é apresentado uma situação problemática interessante. O número de discípulos estava aumentando muito e houveram necessidades entre as viúvas estrangeiras (que não eram hebreias, mas moravam na região) que estavam sendo deixadas de lado no atendimento da igreja. Veja, querido leitor, a situação é de parcialidade, as viúvas hebreias estavam sendo atendidas e as viúvas “pagãs” sendo deixadas para segundo plano. O cenário é de injustiça. Aqui surgem os diáconos! Esses não são escolhidos por afinidade, ou status financeiro entre o povo, mas pela reputação que tinham. O texto bíblico traz as características dos que deveriam ser escolhidos, vejamos:

"Por isso, irmãos, escolham entre vocês sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, para os encarregarmos desse serviço." Atos 6:3

Perceba que esses homens não são meramente escolhidos de qualquer forma. Existem requisitos para que assumam esta função de cunho espiritual e social.

Se analisarmos com atenção esses pontos, perceberemos que as características requeridas pelos apóstolos tem mais a ver com “o que a comunidade reconhecia sobre eles” do que o que eles proclamavam ser. Uma reputação não é o que digo sobre mim, mas o que dizem sobre mim, e essa não é formada em curto prazo. É um reconhecimento que recebo e não que proclamo. Ser cheio do Espírito e de sabedoria segue a mesma linha e tem a ver com meu relacionamento com as pessoas que é o reflexo do meu relacionamento com Deus.

Veja que, para serem escolhidos, deveriam ter reconhecimento e respeito da comunidade que estão inseridos. Não eram recém conversos, nem recém chegados na comunidade.

Quando Paulo orienta Timóteo sobre a orientar a igreja na escolha destas funções, também tem ligação com o reconhecimento da comunidade que estão inseridos, veja:

"Do mesmo modo, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não gananciosos, conservando o mistério da fé com a consciência limpa. Também estes devem ser primeiramente experimentados; e, caso se mostrem irrepreensíveis, que exerçam o diaconato […]. O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem os seus filhos e a própria casa.” 1 Timóteo 3:8-10 e 12.

Nesta orientação de Paulo, também podemos observar que as características para a função de diácono tem a ver com a forma que a pessoa se comporta, convive e se apresenta entre a comunidade em que vive. Paulo ainda afirma que os diáconos deveriam ser “experimentados”, isso quer dizer que não deveriam ser neófitos na fé, mas pessoas maduras na vida e na igreja. Também podemos perceber que Paulo orienta que os diáconos, ao serem “experimentados”, se, se mostrarem irrepreensíveis, poderiam sim, exercer a função. Isso implica que um diácono pode e deve ser colocado em observação. Ele pode exercer a função antes de ser ordenado diácono, mas isso sendo acompanhado. Pode sim haver uma inclusão de pessoas que estarão sendo experimentadas antes de serem ordenadas.

Hoje em dia, a função de diáconos e diaconisas, nas igrejas modernas (generalizando) tem sido inferior a função para que esse ministério nasceu. Um diácono não é eleito para abrir e fechar igrejas apenas, ou mesmo recolher ofertas no dia de sua escala para isso. Ele não apenas organiza a santa ceia, preocupado se tem água o suficiente ou não para o lava-pés, não, absolutamente! Essas situações fazem parte, mas não são a função. Um diácono é praticamente um sub pastor da igreja.

O diácono:

- Visita os irmão;

- Socorre os que estão em aflição;

- Atende a comunidade;

- Se preocupa com a organização da igreja;

- Percebe os que estão visitando a igreja e os recepciona;

- Visita os enfermos;

- Liga os  que estão em necessidade com a ASA de sua igreja;

- Ministra estudos bíblicos;

- É um conselheiro familiar.

- É visto como uma família exemplar (mesmo não sendo perfeita).

Essas entre muitas outras são as funções de um diácono e diaconisa. Por isso, afirmo que não deveríamos ter pressa em votar ou ordenar os diáconos das igrejas. Amigo e amiga, veja, alguém escolhido para esta função, já pratica algumas das atividades citadas acima, a sua escolha não o habilita a realizar essas ações, mas é quando as realiza que a igreja reconhece que, esse indivíduo está capacitado por Deus para ser um diácono, ou uma diaconisa.

Sendo assim, não é recomendável que um diácono seja ordenado sendo ele novo na fé ou sem experiência de vida. Ou mesmo já experiente na fé, mas novo na comunidade em que serve. Como diz o verso inicial deste texto, "não tenhamos pressa em impor as mãos sobre ninguém”.

Minha recomendação é que os líderes do ministério de diaconato da igreja, em oração, escolham os que irão mentoriar durante quem sabe um ano ou dois antes de levar esses nomes para o voto de ordenação.

Tenho plena certeza que, bem acompanhados, os candidatos serão um benção para a igreja de Deus.

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