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A dor não pode ser silenciada

  • Isabela Vitória

Em uma pesquisa realizada pelo Portal Institucional do Senado Federal, DataSenado, 68% das mulheres entrevistadas conhecem no mínimo uma mulher que foi, ou é, vítima de violência doméstica. Além disso, 27% das mulheres ouvidas relataram já ter sofrido agressão por homens e 18% dessas mulheres ainda possuem convivência diária com o agressor.

Outra pesquisa, realizada pelo Ipea, aponta ainda que 43,1% das agressões acontecem dentro de casa. Enquanto 36,7% ocorrem em vias públicas. Ambas as pesquisas são do último ano. Como se não fosse suficientemente trágico, o IBGE ainda aponta que apenas 7,5% dos municípios do país possuem delegacias da mulher.

De frente a essa problemática, o projeto “Quebrando o Silêncio”, iniciativa da Igreja Adventista do Sétimo Dia já conhecida por lutar contra diversas violências há 20 anos, abraçou na sua campanha de 2022 as dores de tantas mulheres que têm seus choros calados todos os dias.

A essência do projeto é devolver a voz àquelas pessoas que, perante ações de violência, foram tomadas pelo silêncio. Com materiais de conscientização e alerta, de todos os gêneros e para todas as idades, Quebrando o Silêncio busca transformar a vida de vítimas que não enxergam mais qualquer esperança.

No domingo, 28 de agosto, o projeto realizou uma passeata de alerta às violências doméstica e psicológica no município de Engenheiro Coelho, em parceria com diversos ministérios da Igreja Adventista e estudantes do UNASP campus Engenheiro Coelho. 

A ação contou com banners, carro de som, materiais didáticos e informativos, além de uma feira de saúde e atendimentos de encaminhamento com estudantes de psicologia. De acordo com Olívia Begnalia, uma das organizadoras do evento, “A população recebeu bem, muitas pessoas perguntando, pedindo mais informações. Acredito que foi muito relevante, foi um alerta para a população, principalmente para uma comunidade como a de Engenheiro Coelho que tem carência de informação sobre o assunto, onde pode haver  grande incidência de violência doméstica e psicológica, sem conhecimento da própria vítima”.

Abner Souza, estudante de psicologia, participou nos atendimentos na feira de saúde: “Minha contribuição era ter uma rápida conversa sobre como estava sendo a feira para a pessoa, como estava a vida dela, fazer uma revisão do que já havia acontecido nos outros stands, e aconselhar sobre possíveis mudanças que poderiam ajudar a melhorar sua saúde”. De acordo com o estudante, essa conversa era essencial, visto que grande parte das pessoas ouvidas não possuíam noções básicas de saúde. “É muito gratificante, é um sentimento de realização, por estar contribuindo de alguma forma com a melhora de vida das pessoas”, complementa.

Olívia ainda salienta que muitas pessoas entraram em contato com o 0800 do UNASP para saber mais sobre o projeto e foram encaminhadas para a clínica escola de psicologia da faculdade. Ajudar o próximo e atender suas necessidades é colocar em prática o evangelho ensinado por Ele. Não permita que o silêncio cubra a dor do seu irmão, em caso de violência doméstica e psicológica disque 180 e denuncie.

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